Boa tarde!
Sabe um assunto bem polêmico? Então eu fiquei pensando,
porque gosto de ver e saber as reações das pessoas quando toca em um assunto
que as deixam constrangidas (claro, que nada pessoal!), mas sim sobre minha
vida. Quando eu brinco com os amigos, referindo-me a mim mesma como
aleijadinha, eles não gostam... Eu acho que eles mesmo não aceitaram o fato de
me ver na cadeira ainda, algo que eu fui obrigada a me conformar com o passar
dos tempos.
Recebo muitos convites no facebook de cadeirante, amputados,
andantes, pais com filhos com deficiência, pessoas que me acompanham no blog
desde 2009. (Nossa, faz tempo hein?! Rs.)
Recebo e-mails, elogios nas ruas, nas fotos, nos meus post's e um dos mais interessantes comentários são: “Eu não agüentaria e nem teria sua força, se eu estivesse no seu lugar.”
Recebo e-mails, elogios nas ruas, nas fotos, nos meus post's e um dos mais interessantes comentários são: “Eu não agüentaria e nem teria sua força, se eu estivesse no seu lugar.”
Vou te dizer algo, agüentaria SIM! Deus não dá uma cruz
maior que não possamos carregar, acidentes acontecem há todos instantes. (Pausa
para tentar achar no Google uma pesquisa sobre acidente... RS)
Achei!!!!!! E olha essa matéria de 07/05/2012
Brasil é o segundo no ranking de vítimas fatais em
acidentes de motos
“Nos últimos 15 anos, o crescimento
da taxa de mortalidade em acidentes com motocicleta no Brasil aumentou 846,5%,
enquanto a de carros cresceu 58,7%. O nível da violência no trânsito é tanto
que condena à morte no local do acidente cerca de 40% dos envolvidos nas
ocorrências.”
Ta vendo ai, como ninguém estar livre de um acidente? Como
as coisas acontecem com ou sem responsabilidade, meu pai sempre me disse:
“Devemos dirigir com atenção para nós e para os outros.” (Pois nunca sabemos se
vai vir um louco em alta velocidade!)
Viver em uma cadeira de rodas não é um mar de rosas, muitos
olham minhas fotos, minha força de vontade, minhas alegrias... mas eu também
choro galera, tem dia que a coisa ta feia e quando bate aquele momento
nostalgia e escutando música pra quem ta na fossa, ai acaba tudo mesmo!
Rsrsrs...
Depois que adquiri esse acessório (cadeira de rodas), tive alguns relacionamentos. Cada um deles me
ensinou algo, um eu abri mão com medo de atrapalhar a vida, o segundo me ajudou
a superar muitos limites e esteve comigo durante mais de um ano. E hoje
reconheço que o amor que eu tinha por ele não era de mulher e sim de
agradecimento, companheirismo. Mas claro que gostei dele demais! O outro me ensinou sobre o preconceito, não
com ele, mas com a família. “Tentaram” me colocar para baixo que eu não era
capaz de MUITA coisa, ai mesmo que eu fiz questão do término do namoro e dá a
volta por cima e provar que sou muito mais capaz do que muita gente por ai.
Tive experiência de “namorar” cadeirante, nossa eu achei que seria uma bicho de
sete cabeças, mas que nada... quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma
desculpa. Depois vêm os rolos da vida, o passado antes do acidente... ai eu
decidi ficar sozinha.
Ahhhhhhh eu preciso “respirar”, sair com quem eu quero, ir
onde eu quero, voltar à hora que eu quero e não precisar da satisfação para
ninguém.
Mas o tempo passa, e com um tempo a gente sente falta de uma
companhia. Sentimos falta de conversar, brigar, se arrumar e esperar ansiosa a
pessoa, ouvir uma música e te fazer lembrar-se de alguém, de compartilhar suas
alegrias, sorrisos, dores, choros, conquistas, derrotas...todo ser humano
precisa de alguém. É...e finalmente eu confesso que chegou minha hora, mas tem
um GRANDE problema quanto a isso. Eu sou exigente, ciumenta com o que é meu,
não curto que fiquem “pegando no meu pé” e muita das vezes minha TPM se
adianta, tem dia que acordo sem vontade de dá um “BOM DIA”. Mas com certeza eu sei que não sou a única, muita gente
deve ser que nem eu...mas tem aquele problema que acaba com as relações né?! O orgulho, ele fica ali dentro de você...fazendo-te
ficar séria quando você quer sorrir, ficar calada quando você quer pedir
desculpas e for embora quando se quer ficar.
Estou aqui escrevendo e olho um pouco para a tela do notebook
e fico escutando a música, tentando lembrar-se de alguém que me faça sentir um
friozinho na barriga, que faça meu coração bater mais rápido e lento ao mesmo
tempo...mas ta difícil amiguinhos, meu coração e nem minha mente se interessa
por ninguém (Claro, ao ponto de namorar!).
Às vezes surgem uns carinhas muito maneiro, mas como sou
muito carismática, amo amizade com homens, acho que o jeito deles conversarem,
lidar comigo (nós mulheres) é muito mais fácil que amizade de mulher. Com eles
me sinto a vontade e eles se sentem comigo de conversar sempre, tirar dúvidas
sobre seus rolos, eu apresento algumas meninas e acabamos ficando só
nisso...amizade pra lá e pra cá!
Escrevendo isso me lembrei de alguém bem interessante,
graças a Deus não é meu amigão. (Ainda,
puff! Rsrs..) Mas eu consegui enxergar ele como homem, como um carinha de
compromisso, não é “andado” nas mãos das meninas...e teve até um lance de ajuda
que eu fiquei olhando ele fazer, muito fofo (me ajudando). Infelizmente não vou
poder revelar AINDA, mas quem sabe nos próximos episódios eu digo o que rolou e
quem é. No momento deixamos em OFF (sem nomes e comentários). Onde moro é muito
pequeno e tudo se espalha de tal maneira, que é incrível! Rsrs...
Mas é isso, estou pronta para um relacionamento sério. Mas a
pessoa também tem que estar preparada para encarar meu dia-a-dia comigo, não
fico por ficar e nem namoro mais por namorar. Se eu quiser algo passageiro, vou
nas “boates” e volto para casa logo depois. A pessoa tem que entender que
namorar uma cadeirante, colocará alguns limites em sua vida. Por exemplo,
espero que não me chame para subir o morro da praia do forno ou fazer trilha,
sem condições né?! Rsrs...
Tem o barco e vamos para a praia de barco, tem a orla da
praia aqui e podemos sentar para assistir um lindo pôr do sol, e se ele gostar
de skate dá até pra curtir com ele, por que não? Não é? Para tudo arrumamos um
jeitinho. Só tem que ter compreensão de ambas as parte e seu espaço, pois já
namorei chiclete e não quero cometer esse erro novamente. Deus me livre e
guarde...rsrs!
Tem outra coisa, não quero voltar ao passado, não quero
cometer novamente os mesmo erros, pois é pra frente que se anda. Por enquanto vou trilhando meu caminho, em
busca de um novo começo e de uma nova aventura e quem sabe algo mais.
Mesmo quando você não sabe para onde vai, ajuda saber que
você não está indo sozinha. Ninguém tem todas as respostas. Às vezes, o melhor
que podemos fazer é pedir desculpas, e deixar o passado no passado. Outras
vezes, precisamos olhar para o futuro e saber que, mesmo quando achamos que
vimos de tudo, a vida ainda pode nos surpreender, e ainda podemos surpreender a
nós mesmos.
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